sexta-feira, 25 de junho de 2010

GR22 - Rota das Aldeias Históricas

Desde o fim da aventura do ano passado, que o desafio estava lançado. A Rota das Aldeias Históricas em 5 dias, durante os meses que iam passando o assunto foi-se falando e a dada altura parecia que se tinha que alugar um autocarro, pois os candidatos a este desafio eram mais que muitos!
Chegada a hora H apresentaram-se à partida apenas 5, como diz o ditado, poucos mas bons!

O DESAFIO ESTAVA LANÇADO...

Dia 1
Primeira Parte do Dia

Local de saída Bike Zone 06H30 e chegada a Castelo Novo, ponto de partida. Este Grande percurso circular pode ser iniciado em qualquer ponto do mesmo, mas foi por nós escolhido Castelo Novo, por ser um dos pontos mais perto de Leiria e para que nos 2 primeiros dias se fizesse a parte mais rolante, para haver uma melhor adaptação do nosso corpo a tanta hora em cima da Bike.
Depois de o Jorge da Mota, ter comido a sua perninha de frango e o seu naco de pão caseiro, lá começamos a rolar já eram 09H45, em caminhos largos e com bom piso, que nos proporcionaram bons andamentos, mas que são uma constante sobe e desce, sempre ladeados por muitas flores, vegetação e com alguns cursos de água para nos fazer travar o andamento e proporcionar mais uns momentos para a foto. Depois de fazermos a difícil subida de calçada chegámos a Monsanto às 14H38, local previsto para o almoço. Resumo do primeiro dia 4H25m a pedalar para fazer 70,51km.

Segunda Parte do Dia

A segunda parte mais plana, sendo que grande parte do trajecto foi para contornar a Barragem da Meimoa, para nos levar a Sortelha, onde chegámos às 21H30 para pernoitar. 1º Dia - 142.96 km, em 9H13m, 15.49km/h.

Dia 2
Primeira Parte do Dia

Saída de Sortelha pelas 09H15, o tempo estava mudado, depois de um lindo dia de sol, com uma temperatura agradável, agora tínhamos um céu mais carregado de nuvens e a temperatura desceu muito de noite. Continuamos com grandes paisagens, hoje já se encontravam mais povoações, sobretudo habitadas por gente idosa, mas bastante simpática. Paragem em Freineda, eram 14h35, depois de 67.5 km feitos em 4h31m para o almoço, por aqui não se come onde se quer, come-se onde há.

Segunda Parte do Dia

Saída de Freineda às 15h40, o terreno estava a mudar, menos plano, outro tipo de vegetação, pois estávamos a chegar pela 1ª vez perto do Rio Côa, e aqui começou o nosso 1º contratempo. Eram 16h30, quando chegamos à margem Esquerda do rio, o GPS indicava que era ali que se passava pr’a outra margem, mas como o Inverno foi chuvoso, o caudal do rio era muito grande, impossível atravessar, portanto só havia 2opções, subir ou descer a margem do rio à procura de uma ponte. Optámos por descer o rio o que se verificou mais tarde ser a opção errada. Foram 2h30m à procura da ponte, quase sempre com a Bike à mão em terrenos selvagens, cheios de silvas, fetos e outra vegetação, com muros de pedra e poucos caminhos. Devido a todo este tempo perdido a etapa que era para terminar em Marialva, terminou em Almeida pelas 20H40.
Resumo do segundo dia 08H23m e um total de 107.43KM.

Dia 3
Primeira Parte do Dia

Saída de Almeida pelas 09h00, primeiro uma visita ao interior da fortificação, vale a pena visitar. Depois tomámos o rumo, direitos a Marialva, onde chegámos pr’a almoçar já eram 15h15m e mais 75.32 km em 5H 09m. Mais uma manhã de paisagens espectaculares, e terrenos cada vez mais acidentados, que nos iam deixando marcas nas pernas.

Segunda Parte do Dia

Saída de Marialva perto das 16H20, o destino era Linhares da Beira, era, digo bem, porque mais uma vez o terreno pregou-nos uma partida e se já íamos com algum atraso e esta etapa já se estava a prolongar, o dia já ia a desaparecer no horizonte, eis que chegámos desta vez ao Rio Mondego, o GPS dizia que se tinha que atravessar, mas em frente estava o Rio, de um lado a A25 e do outro a linha do comboio. Conclusão da história do dia, para não se voltar pr’a trás, foi pelo único caminho possível, depois de atravessar-mos um ribeiro de águas claras mas muito frias, seguimos em direcção à serra, o tempo estava a ficar mais frio e o dia já lá ia, tentámos então ligar, via telemóvel para o carro de apoio, mas até a rede era difícil de encontrar por estas paragens. Por fim lá conseguimos o contacto com o Sr. Manaia, o nosso salvador, eram 22H35, quando nos conseguiu encontrar, em Aldeia Nova, uma pacata aldeia perdida na encosta norte do Parque Natural da Serra da Estrela. Devido a estes percalços, fomos transportados no veículo de apoio para Celorico da Beira onde, pernoitámos de barriga vazia, por já não haver restaurantes aberto, e o corpo queria mais descansar do que comer.
Resumo do Terceiro dia 09H42m e um total de 135.83KM.

Dia 4
Primeira Parte do Dia

Depois de um pequeno almoço reforçado, fomos no veiculo de apoio até Linhares da Beira, onde iniciámos pelas 09H45 aquela que seria pr’a nós a derradeira etapa. Este dia é de todos os que fizemos o mais difícil. À saída de Linhares começa-se a subir um trilho largo e com bom piso, sempre a ver a Aldeia cá em baixo cada vez mais pequena, é uma subida de 1h30m em que subimos, subimos mas o Castelo de Linhares está sempre ali à espreita. Depois de, 1 ou 2 km’s, de menor inclinação, mais uma subida, esta com os trilhos, em certas zonas muito degradados, que faziam saltar da Bike e depois era difícil recomeçar devido à inclinação e que nos deu que fazer pelo menos 01H00 e que nos levou até a uma altitude de 1600 metro, com a vista maravilhosa da Serra da Estrela do outro lado do vale, ainda com um manto branco de neve. Do ponto mais alto, até à estrada que liga o Sabugueiro à Lagoa Comprida é quase sempre a descer, com passagem pela Barragem do Lagoacho, já eram 14H20 e nada de encontrar um sitio para se almoçar.

Eram 15H50 quando por fim chegamos à Lagoa Comprida e para frustração de todos o restaurante ali situado estava fechado, a fome o cansaço e o desespero de ter que subir até à Torre com a barriga vazia, fizeram com a nossa aventura terminasse ali.
Foram quatro dias a pedalar, 433 km, 31h40m em cima da Bike à média de 13.65 km/H.


Ficou a certeza de cá voltar, com outra logística para completar esta Rota que vale a pena fazer e também a certeza de que a mesma se consegue fazer nos cinco dias que o grupo tinha planeado.

Texto de:
Nuno Morgado

Fotos:
Paulo Manaia

Sem comentários: